Estava pensando sobre o que escrever e eis que Sofia (uma das escritoras mais talentosas que já conheci) aparece no msn e começa a comentar a minha menção ao silêncio no post anterior. O que dizer do silêncio? Ele fala mais do que palavras e é permeado por entrelinhas tão interessantes... Além disso, nem sempre "quem cala, consente". Quem cala, fala. Já que "silêncio" lembra "vazio", recordo aqui aquela música de Chico Buarque: "É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar". Prato cheio (!) para os psicanalistas.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
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6 comentários:
Uma das sensações mais incríveis que já senti na vida foi durante uma expedição à Caverna da Torrinha, na Chapada Diamantina. Lá, no meio da caverna, eu e o restante do grupo deitamos no chão, apagamos o lampião e paramos por uns bons quinze minutos para ouvir o "barulho do silêncio". Alguém falou, logo após, "foi como ouvir a voz de Deus murmurando em meus ouvidos".. simplesmente fantástico!
É o que dizem os pragmáticos-linguistas, né?: na pior das hipóteses, em silêncio, estamos comunicando que não queremos nos comunicar. E isso já nos leva a um mundo de infinitas razões e perspectivas. =)
Ah! E a Sofia é muito boa escritora mesmo. Das melhores que conheci também. =)
É sempre bom conversar com a Elaine. Agora há pouco estávamos falando sobre “diálogos”, e é muito interessante como a vida dialoga com a gente o tempo inteiro. Na Igreja semi escura com jeito de aconchego; nos presídios com cara de desprezo que parece mandar um recado; na nossa forma de olhar atravessado quando uma coisa não sai da maneira que esperamos.
Existe no silêncio, na verdade, muita intenção, muita palavra não dita que faz transbordar o copo, apesar de vazio.
Também já estive na Caverna da Torrinha, na Chapada Diamantina, Bruno (Spartacus!). Foi, de fato, uma das sensações mais incríveis, não apenas pelo silêncio, mas pela sua combinação com a absoluta ausência de luz. Inesquecível.
Estão vendo? Tudo o que a Sofia escreve é poético! Sempre gostei de metáforas, mas ninguém as coloca tão bem como a Sofia. Um dia, quando ela for famosa pelos seus contos (já li vários deles) e romances, terei a alegria de dizer que fui uma de suas primeiras leitoras.
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