sábado, 14 de março de 2009

Ufal em defesa da vida


Transcrevo aqui o convite da Coordenação de Política Estudantil - PROEST/UFAL (Professora Ruth Vasconcelos):

"A violência no Estado de Alagoas tem uma dimensão histórica e não apenas conjuntural. Tomando por base informações constantes no Relatório do Ministério da Saúde, a cidade de Maceió configura-se como a capital metropolitana MAIS violenta da federação; ou seja, é o espaço geográfico no Brasil em que a população corre mais riscos de vida. Atualmente, segundo dados oficiais da Secretaria de Defesa Social do Estado de Alagoas, nosso Estado registrou, de Janeiro a Dezembro de 2008, 2.064 homicídios. A UFAL não pode ficar silenciosa diante de tal realidade. Neste sentido, estamos propondo o desenvolvimento de um Programa permanente denominado “UFAL EM DEFESA DA VIDA”, que tem por objetivo realizar atividades culturais, científicas e artísticas trazendo a temática da Violência, dos Direitos Humanos e da Segurança Pública para o universo da Comunidade Universitária. O que podemos fazer para reverter esse índice tão desastroso e alarmante que assusta todos(as) os(as) viventes que partilham esta realidade? Na verdade, TODOS(AS) estamos inseridos(as) no contexto da violência, simplesmente porque se não há segurança para TODOS(AS), não há segurança para ninguém. Como atividade inicial, vamos realizar um Ato Público, e para isso estamos convocando a comunidade universitária através das Coordenações, Unidades AcadÊmicas, CA’s, DA’s e DCE (estudantes, professores(as) e funcionários(as)) para se implicarem com a construção do movimento “UFAL EM DEFESA DA VIDA”. Para ajudar a realização do nosso Ato, doe uma camisa/blusa (usada) para a construção de um GRANDE VARAL que simbolizará aqueles(as) que foram assassinados(as) em nosso Estado.
PONTOS DE ARRECADAÇÃO DAS CAMISAS/BLUSAS: PROEST, RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO, BIBLIOTECA CENTRAL, ESPAÇO CULTURAL (SETOR DE ARTES), ICBS, CECA E HOSPITAL UNIVERSITÁRIO."
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Se acreditamos que o enfrentamento da violência e da criminalidade deve passar por uma mudança cultural no cotidiano das pessoas, então iniciativas como essa certamente podem ajudar nesse sentido. A Universidade é um local plural, propício para debates e iniciativas da sociedade civil. Espero que no dia 02 de abril possamos fazer um belo ato público, primeiro passo para fomentar o envolvimento da comunidade acadêmica nas polícitas públicas de revalorização da vida e da paz em Alagoas. Parabéns à querida Ruth Vasconcelos pela iniciativa!

4 comentários:

Ruth Vasconcelos disse...

Querida Elaine, antes de tudo quero agradecer pelo espaço que concedeu à notícia do nosso ATO PÚBLICO na UFAL que tem por objetivo dar visibilidade aos dados dramáticos em relação às mortes violentas no Estado de Alagoas. Evidente que cada um deve se implicar com a construção de uma nova cultura política que valorize a vida e não a morte. Assim, tenho a melhor expectativa em torno deste evento, pois sei que a imensa maioria da população universitária deseja defender a vida como um valor inegociável. E, pela histórica posição participativa dos estudantes universitários nos processos políticos que visam a transformação social, tenho certeza que conseguiremos fazer deste momento um grande encontro de pessoas identificadas com o desejo de viver num mundo mais justo e igualitário. Quero convocar os(as) defensores da vida para unirem-se em torno deste objetivo comum, participando ativamente de todos os eventos que serão desenvolvidos pelo Programa UFAL EM DEFESA DA VIDA, iniciando com este ATO no dia 02 de abril. Assim, estaremos dando nossa cota de colaboração na construção de uma cultura política sintonizada com os valores humanitários que defendem com rigor o respeito à dignidade humana. Receba um forte abraço e saiba que trabalhar em defesa da vida ladeada por pessoas do seu valor faz de minha vida uma realidade muito mais feliz.

Yara Amorim Souza Leão disse...

Como professora da UFAL e cidadã do mundo sinto-me convocada a participar do Programa UFAL EM DEFESA DA VIDA,ao tempo em que parabenizo a iniciativa da nossa doce e valente Ruth.Penso em quantas pessoas se sentem profundamente impactadas diante da violência que assola Alagoas e questionam o que se há de fazer, além de indignar-se pautando a vida em príncipios éticos e solidários? E nesse momento, Ruth, com muita criatividade e doçura,nos aponta O QUE NÃO PODEMOS FAZER: pactuar com a silenciosa banalidade com que a vida vem sendo tratada; enterrar junto aos milhares de corpos a nossa voz, a nossa angústia, a nossa dignidade perante o outro; esquecer que uma morte simboliza a nossa própria e que as milhares de mortes pela violência acachapam a nossa subjetividade nos fazendo reféns de uma sociedade que nós construímos. Bom,este Ato nos oportniza discutir,provocar,compreender, ouvir, falar, resgatando a palavra como o instrumento que produz a vida. " No principio era o Verbo" Yara

Elaine Pimentel disse...

Querida Ruth,

Sua sensibilidade com as questões da violência inspira qualquer pessoa. Tenho certeza de que a iniciativa nos renderá bons elementos para refletir sobre o papel dos estudantes universitários e da sociedade civil no enfrentamento da violência. Beijão!

Elaine Pimentel disse...

Yara,

Seu comentário é bem propício e só contribui para que pensemos nos efeitos da violência sobre todos nós.Beijos!