Batentes por todos os lados. O chão? Irregular. Portas largas e barras de apoio em banheiros de restaurantes e lanchonetes? Raramente. E nos provadores das lojas? Nunca! E para entrar nos ônibus? Quase um milagre... E que tal as vagas de carro exclusivas para pessoas com deficiência? Sempre ocupadas por algum engraçadinho sem qualquer respeito ao próximo. E a questão da segurança das pessoas que transitam pelas cidades? Sempre precária. Definitivamente, a vida de pessoas com dificuldade de locomoção não é nada fácil, sobretudo quando a cidade e a população não estão prontas para elas.
Quando se pensa em cidadania e inclusão social, não é apenas a dimensão econômica que está em questão. Existem várias outras formas de violar a cidadania e de excluir pessoas do convívio social. A falta de acessibilidade é uma delas. Como sentimento de pertença a um determinado grupamento, que ocupa um determinado território, a cidadania pressupõe convívio, diálogo, respeito.
Se uma cidade não dá condições para que as pessoas com deficiência – permanente ou passageira – possam transitar por todos os espaços públicos e privados, esta mesma cidade nega a cidadania aos sujeitos.
É preciso lembrar que os problemas de acessibilidade compõem apenas uma dimensão das inúmeras dificuldades pelas quais passam pessoas com deficiência. Como se não fosse suficiente a exclusão espacial, ainda é preciso lidar com preconceitos de ordem estética e outros fundados na equivocada crença da inferioridade dessas pessoas.
No dia 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Estamos, portanto, em plena Semana da Acessibilidade. Pelo Brasil afora ocorrem, todos os dias, diversas manifestações de grupos e associações de pessoas com deficiência, com o propósito de sensibilizar as comunidades sobre a questão. De fato, grandes centros urbanos e pequenas cidades do interior têm em comum a precariedade no quesito acessibilidade. Mas isso pode mudar. Tornar as cidades acessíveis e seguras para qualquer pessoa é essencial para toda nação que se diga civilizada.
Publicado na Gazeta de Alagoas em 24/09/2009 (http://gazetaweb.globo.com/v2/gazetadealagoas/texto_completo.php?cod=153340&ass=37&data=2009-09-24)
Um comentário:
Ótima reflexão, Elaine!
Já estava com saudades de ler seus textos!
Melhoras! ;**
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