quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sobre o Segundo Ato




Acabo de chegar do Segundo Ato do programa UFAL em defesa da vida. Foi uma manhã de debates muito importantes, com a presença de estudantes, professores, representantes de instituições do Estado e da sociedade civil, como polícias, sindicatos, movimentos pela paz. As palestras do Dr. Pedro Montenegro (Coordenador do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura da Secretaria Nacional de Direitos Humanos) do Dr. Manoel Cavalcante (Presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas, Professor da Faculdade de Direito da UFAL e Juiz de Direito) enfatizaram os dados da violência, das apurações de crimes nas delegacias e dos julgamentos dos acusados, revelando a inquietante cifra de 3 apurações em cada 100 homicídios em Alagoas!!! Uma coisa que ficou bem clara foi a precariedade em cadeia no trato da segurança pública. Polícias, Ministério Público, Judiciário e Executivo, em especial através da improvisação que marca do sistema penitenciário. Também foram enfrentadas questões como a unificação das polícias, o desvio de função da Polícia Militar para fazer a segurança de autoridades do Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público, além da militarização - equivocada, em minha percepção - do sistema penitenciário alagoano.
Ao final, a Professora Ruth Vasconcelos, idealizadora do programa Ufal em defesa da vida comandou mais um ato simbólico para representar a violência em Alagoas: foi inaugurado um painel que marcará, mês a mês, o número de homicídios em Alagoas. O intuito não é gerar susto ou pânico, mas sensibilizar as pessoas, demonstrando que ali há mais do que cifras. São vidas. Nesse sentido, foram acesas velas para representar o número de mortes violentas ocorridas em Alagoas no primeiro semestre de 2009: mais de 450!
Não posso perder a oportunidade de comentar a apatia de alunos e professores da UFAL. Ouso fazer essa afirmação através das ausências que senti no evento. Pelo menos fiquei feliz em ver meia dúzia de queridos alunos do curso de Direito participando ativamente do Ato.
Aguardamos, então, as recomendações da PROEST, através da querida Ruth Vasconcelos, para o Terceiro Ato, no mês de junho!

Um comentário:

Bruno Lamenha disse...

A apatia, infelizmente, é uma constante dentro e fora da Universidade. É triste o tempo em que vivemos: tempo de liberdade e democracia, mas tempo em que a organização e a ação políticas são vistas com desconfiança e desprezo. E olha que nem se passaram 25 anos desde o último regime de exceção..