Ontem começou a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. Como já esperava (lamentavelmente), tudo muito caricatural. Gostaria de estar enganada, mas aqueles são, de fato, os nossos candidatos. Para a Prefeitura, penso que o debate é equilibrado, sem grandes implicações para a ordem pública, mas para a Vereança... A sensação que tenho, quando assito a tais programas, é que se trata de ficção. Ainda não sei em quem vou votar (e quando souber, não vou manifestar aqui, já que o voto é secreto e isso é uma das garantias do processo democrático), mas sei, com toda a certeza, em quem NÃO votarei. Ouvi algumas pessoas afirmando que as eleições 2008 estão "mornas", já que a legislação estabeleceu uma série de limitações à propaganda eleitoral, com o propósito de higienizar todo o processo, salvaguardando a limpeza das ruas, dos muros e dos postes e reduzindo a poluição sonora. Eleição já não se ganha mais no grito, nem tampouco com belas fotos dos candidatos e panfletagem exaustiva. Gostaria de poder dizer que eleição se ganha através de propostas sólidas e fundamentadas, mas também não posso fazer essa afirmação, sobretudo porque, como cidadã alagoana, conheço bem a dinâmica da coisa: compra-e-venda de votos, ameaças à integridade física dos candidatos de oposição, assaltos a bancos e estabelecimentos comerciais durante os meses de campanha eleitoral. Não sou tão naive assim, mas ainda tenho esperanças de vivenciar um processo eleitoral verdadeiramente democrático. Enquanto isso, divirto-me com a propaganda eleitoral da TV: rindo para não chorar.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Há algum tempo, conversando com as pessoas, tenho pensado uma coisa: entre tantas questões frágeis, a democracia brasileira que se estrutura se depara com um grande desafio - os espaços da política, entendida aqui restritamente como os espaços pertinentes ao exercício de um mandato eletivo, estão cada vez mais deslegitimados, em verdadeira crise. A coisa anda tão feia que as pessoas desconfiam e hostilizam qualquer um que se proponha a disputar tais espaços. Não percebem que, se os diversos setores da sociedade não disputarem esses espaços, os velhos políticos profissionais continuarão os ocupando eternamente. Trata-se de uma contradição: critica-se os mandatários, exige-se a moralidade pública, mas não se acredita na legitimidade do espaço público, e mais, não se propõem a ocupar tais espaços.
Realmente Elaine, a gente vê a propaganda eleitoral "rindo pra não chorar" e pra não perder as esperanças... imagina isso no interior!!!
É, Bruno...o espaço político foi banalizado e, portanto, delegitimado. Além disso, os novos nomes não são tão novos assim: são apenas a representação de uma verdadeira dinastia política que perpetua os velhos conhecidos no poder, mesmo que seja nos bastidores. É preciso, sim, ocupar tais espaços e renovar esse panorama.
Postar um comentário