domingo, 2 de novembro de 2008

Direitos humanos e cidadania no presídio Santa Luzia




A atividade acadêmica tem a capacidade de nos proporcionar experiências muito interessantes, que marcam as nossas vidas. A extensão acadêmica, em particular, leva professores e alunos a um contato maior com a realidade, de modo que a teoria estudada possa ser vivenciada na prática. Esse é um dos principais papéis das Universidades: proporcinar aos alunos uma formação profissional comprometida com a realidade social e, assim, tornar-se instrumento de transformação social.
A minha primeira experiência em atividades de extensão, no programa PROAPEX/UFAL está em andamento. Tem por objetivo levar o debate dos direitos humanos e da cidadania ao Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia, único presídio feminino de Alagoas. Desde agosto, eu e oito alunos (Mayara Bittencourt, Anderson Luiz, Georgina Bomfin, Thales Prestrêlo, Bruno Lamenha, Amanda Mattos, Sofia Viana e Manoel Bernardino), da graduação em Direito da UFAL, vamos semanalmente ao Santa Luzia, com o propósito de debater temas sobre direitos humanos e cidadania. Fomos muito bem recebidos e temos vivenciado momentos inesquecíveis. A população carcerária, carente em vários aspectos, encontra na nossa presença a possibilidade de dialogar e conhecer um pouco mais sobre os seus direitos. Como todo espaço de fala, ouvimos muito mais do que falamos e esse talvez seja o elemento mais importante da nossa atividades: ouvir o que pensam sobre seus direitos e cidadania. Tenho certeza de que até dezembro, quando termina o nosso período de extensão universtária, nosso grupo vai vivenciar muitas experiências interessantes, que marcarão não apenas as nossas vidas, mas também as vidas daquelas mulheres. Ao lado, a imagem do banner que elaboramos para apresentar a síntese do nosso trabalho no Congresso Acadêmico 2008, com fotos que tiramos ao longo dos meses de setembro e outubro. Nossas idas ao Santa Luzia deixarão saudades.

6 comentários:

Thales Prestrêlo disse...

Oi Elaine, bem legal seu texto!
A última frase dele, definitivamente, resumiu meu sentimento em relação ao projeto! :D

;**

P.S.: Eu morria e num sabia que era sua primeira experiência na extensão! Nem parece...

Jomery Nery disse...

oi Elaine... lendo seu texto me dá até um pouco de inveja positiva, pois gostaria de ver in loco essas atividades. Acontece que, quanto mais o tempo passa, mais sinto que não nasci para estudar o sistema prisional. Não gosto muito de chegar a esta conclusão, mas percebo que é melhor pra mim. Seria muito forte vivenciar experiências como esta.
De qualquer forma seria muito bom estar com vc.
espero notícias suas...
da uma olhadinha no meu blog...
bjo

Jomery Nery disse...

vc tem encontrado algumas detentas que foram objeto do seu estudo para compor o livro? Tem sabido do destino delas?
Deve ser bastante interessante pra vc...
bjo

Todo Mundo é Uma Ilha disse...

o/
muito bom!
obs: clicando na imagem ela eh ampliada.

Elaine Pimentel disse...

Jomery,

A experiência é muito positiva: um banho de ralidade. É claro que é doloroso ouvir tantas histórias tristes e compreender que muito do que estudamos teoricamente dificilmente se aplica na prática, sobretudo quando há ação humana envolvida (atuação policial, agentes penitenciários, etc). Mesmo assim, nossa missão é nobre e engrandecedora. Quanto às mulheres que entrevistei, sim, encontrei algmas delas lá...reincidentes, lamentavelmente. Vou entrevistá-las novamente, agora no Doutorado. As demais estão em liberdade e, espero, reconstruindo suas vidas. Vou visitar seu blog. Beijão!

Jomery Nery disse...

Elaine,
Obrigado pelo comentário no meu blog. Nesta área tão inovadora é muito positivo receber incentivos, principalmente de alguem como vc.
Um super beijo