sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fim de Guantánamo

Os holofotes do mundo inteiro voltaram-se para Barak Obama e sua família nesta semana, o "primeiro presidente negro dos Estados Unidos". Não faltam espectativas e especulaçãos ao redor de Obama. Como já disse aqui mesmo em outra oportunidade, embora ele, por si só, represente uma mudança nos paradigmas políticos norte-americanos, não sabemos o que virá pela frente. Afinal, ele é o presidente da maior potência econômica mundial e é nessa condição que ele terá que governar, enfrentando, inclusive, questões relacionadas ao terrorismo e às guerras, como a que hoje ocorre na Faixa de Gaza. No entanto, uma de suas primeiras medidas, após a posse, foi anunciar o fim da prisão de Guantánamo, em Cuba. A notícia foi para mim uma agradável surpresa. A prisão norte-americana em Cuba é um dos maiores atentados ao Estado de Direito que já se tem notícias no Ocidente. Ali estão pessoas que sequer foram indiciadas por crimes. Eles são apenas musulmanos "suspeitos" de terrorismo. Guantánamo foi construída por Bush logo após os atentados terroristas de 11 de setembro, com a finalidade de higienizar os Estados Unidos, diante de possíveis novos atentados. Xenofobia pura. A prisão está localizada em Cuba, mas é território norte-americano. Como? Não sei... Pergunte ao Bush. O que sei é que, além dessa estranha condição política da própria prisão, os métodos ali utilizados não são muito diferentes das práticas do holocausto: tortura, maus-tratos, humilhações. Não quero criar grandes espectativas com relação a Obama, mas penso que a decisão de acabar com Guantánamo merece ser aplaudida de pé.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Onde está o tesouro?



Acabo de ler o livro "Onde está o tesouro? Roteiro de um encontro", escrito pelo Dr. Everaldo Alves Lopes Ferrreira (Médico e Filósofo) e pela Professora Ruth Vasconcelos Lopes Ferreira (Socióloga). Fruto de cartas trocadas entre eles ao longo de agum tempo, o livro trata de temas como a velhice, a existência, a religião, a medicina, o conhecimento acadêmico, a morte, o amor, dentre outros. Em uma palavra, a ética está em questão. Não exagero ao afirmar que se trata de um dos mais belos livros que já li. O maior sintoma disso é o sentimento de saudade que me vem quando já estou terminando de ler um livro. Foi o que aconteceu com esse. No penúltimo par de cartas (cujo tema é o amor...) já me perguntava quando me chegaria às mãos, novamente, algo tão bem escrito, tão belo e engrandecedor. Se pudesse definir o livro em poucas palavras, diria: sabedoria em forma de cartas. Adentrando em um espaço tão íntimo como o das missivas, nas quais o tratamento em primeira pessoa revela o endereçamento preciso daquelas palavras, pude perceber, sobretudo, grande generosidade entre os autores, que compatrilham com os leitores suas reflexões e sentimentos, permeados por grande erudição de ambos, em diálogos com a Filosofia, a Sociologia, a Literatura e a Poesia, de uma forma muito sensível. Impossível passar pelas linhas daquelas cartas sem para um pouco para pensar sobre os temas tratados, que revelam a beleza e a complexidade do humano. Recomendo!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Era só o que faltava!

Amanheço o dia de hoje assistindo aos telejornais locais que colocam em destaque o provável retorno dos deputados estaduais indiciados na operação "Taturana" à Assembléia Legislativa, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF. A população alagoana fica estupefata diante dessa possibilidade, sobretudo porque o afastamento da quadrilha que atuava no legislativo alagoano teve um importante valor simbólico de retomada do sentido ético fundante de toda atuação daqueles que formam a estrutura do Estado Democrático de Direito. A "faxina" feita no Poder Legislativo alagoano levou-nos a acreditar no resgate do respeito à coisa pública e delineou um nova concepção de "justiça" para o senso comum. Não discuto aqui o mérito da decisão que revogou a liminar, nem tampouco sua legalidade/legitimidade. O que está em questão são os efeitos morais do retorno dos deputados ao poder. São devastadores...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Feliz Ano Novo...O que há de novo?

Concordo que já estamos no dia 13 de janeiro e eu estou um tanto atrasada para saudar 2009. Mas, nutrindo-me de uma perspectiva bem existencialista, fundada na idéia de que o subjetivo não se coloca no mundo nos padrões comuns do comportamento humano, posso afirmar que não preciso seguir, aqui no meu blog, o sentido cronológico da vida. Quando comecei o blog, escrevia todos os dias. Depois, passei a escrever a cada dois dias. Nas últimas vezes que escrevi, o fiz semanalmente. Agora, exponho aqui uma meta para o ano novo: escrevei sempre que a inspiração e o tempo (não necessariamente nessa ordem...) permitirem. Ando mais no planeta "thesis" do que na Terra. Assim, tempo, para mim, é mais precioso que ouro. É quase o ar que respiro. Portanto, sem pressão e Feliz 2009!