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Foi lançada em todo o Brasil, na quinta-feira, dia 26, a Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com o TEMA "Fraternidade e segurança pública" e com o LEMA "A paz é o futuro da justiça". Em Alagoas, o lançamento, liderado pelo Arcebispo Dom Antônio Muniz, ocorreu na Praça Deodoro, reunindo todo o arcebispado, as pastorais, as escolas católicas e a comunidade em geral. Estavam presentes, também, representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, da OAB, do Conselho Estadual de Direitos Humanos, dentre outros. Uma coisa que me chamou atenção foi o fato de que a iniciativa da Igreja Católica alagoana de promover debates, reuniões, caminhadas e missas voltadas para o tema do fim da violência e para a revalorização da vida humana inspirou a CNBB a colocar a segurança pública como tema da Campanha da Fraternidade, que tem alcance nacional. Infelizmente, Alagoas está no topo do ranking de mortes de jovens, no Brasil: são 5 por dia e cerca de 20 nos finais de semana. Proporcionalmente à população, há mais mortes/dia em Maceió do que em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, por exemplo. São jovens pobres que matam e morrem nas periferias. Aos poucos, a comunidade e o Poder Público se dão conta de que não é através do recrudescimento das leis e de uma política de intolerância (ou tolerância zero) que poderemos modificar esse panorama. Políticas preventivas, que envolvam uma transformação cultural paulatina apta a proporcionar o resgate da dignidade humana em diversas esferas talvez seja um caminho mais adequado. É claro que não se trata de receita a ser aplicada, nem tampouco de uma equação matemática... São apenas luzes para um enfrentamento não violento da violência. A Igreja Católica e as demais religiões, através de suas presenças nas comunidades e nos bairros podem ser grandes aliadas nesse desafio.