quinta-feira, 18 de junho de 2009

Debatendo crime e sistema penitenciário


Hoje pela manhã participei de uma atividade acadêmica muito interessante. A convite de alunas do curso de Serviço Social e Psicologia que fazem estágio no Escritório Modelo da Faculdade de Direito da UFAL, levei algumas reflexões sobre os desafios para a pesquisa na área criminal. Dividi o espaço de debates com o psicólogo Nilo, que atua há mais de 20 anos no sistema penitenciário alagoano. A sua vasta experiência da clínica psicológica no cárcere contribuiu para uma abordagem muito lúcida sobre o tema.
Mais uma vez tive o privilégio de estar diante de pessoas que compatilham os mesmos interesses acadêmicos e profissionais, com o compromisso de levar adiante o debate e de contribuir para a criação de uma cultura de valorização da dignidade humana.
Afirmar que o sistema penitenciário está falido não é novidade. Aliás, isso é pacífico no senso comum. Não há quem afirme com segurança que o modelo que temos hoje, aliado à realidade política com a qual contracenamos, possa garantir que pessoas que passaram pelo cárcere retornem ao convívio social de forma salutar. Lamentavelmente, o panorama do sistema penitenciário, no Brasil, sobretudo hoje, com o aumento dos índices de criminalidade, transfigura-se em verdadeiro depósito de seres humanos que compõem a grande massa de excluídos. O que fazer? A resposta não é simples. Mas pelo menos vejo, como uma "luz no fim do túnel", uma mudança no discurso e nas iniciativas de natureza política. Antes, a importação do modelo norte-americano "tolerância zero" era a tônica das políticas de segurança pública. Hoje, já se fala em inclusão pela cidadania como a saída - a longo prazo - mais adequada. Contribuindo para formar cidadãos, a sociedade civil e o Estado certamente previnirão o crime com mais eficácia. Assim, não precisaremos mais de tantas prisões.

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