quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um tributo a Chiquitita



Não, não se trata de um tributo àquela novela mexicana que fez sucesso entre a criançada nos anos 90. Minha homenagem aqui é à Chiquitita, grande companheira durante um ano de solidão (e aqui fica a minha saudação a Gabriel Garcia Marquez), quando pagava créditos do doutorado, em Recife. Chiquitita é a gata da minha Tia Biuzinha, em destaque na foto ao lado (a gata, não a Tia). Pensei em escrever sobre ela depois que finalizei o post anterior, que trata da solidão acadêmica. Afinal, Chiquitita estava sempre comigo nas horas de estudo em casa. Às vezes ela subia nas apostilas e eu podia jurar que estava interessada em Talcott Parsons, Michel Foucault ou Pierre Bourdieu. Essa gata é praticamente uma socióloga, pensava eu. Certo dia, ao chegar em casa em companhia de uma terrível dor de cabeça, adormeci e esqueci de fechar a porta. Sim, porque Chiquitita tem pouca noção de limite: invade todos os ambientes. Sabe aquelas sensações que não se explicam? Senti uma "presença" e abri os olhos. Que susto! A gata estava cheirando o meu rosto. Dei um grito tão grande, que ela pulou longe. Aí comecei a brigar com ela, como se fosse gente. Um verdadeiro sermão. Só depois que o coração desacelerou um pouco é que pude me dar conta de que não haveria interlocução ali, já que dentro de casa estávamos somente eu e a gata. Eu tentava mostrar para ela, com palavras, que não se dá susto em ninguém. Hoje tenho certeza de que ela não assimilou nada do que falei. Mas, como acredito na cura pela fala, penso que aquilo tudo foi o remédio adequado para curar, pelo menos, a minha dor de cabeça. Com o susto, esqueci da enxaqueca. E Chiquitita continua nonsense.

4 comentários:

Bruno Lamenha disse...

Chiquitita, a Grande.

Ruth Vasconcelos disse...

Êita Chiquitita danadinha! Sempre disseram que há sabedoria nos animais; jamais imaginei que pudessem também exercer uma "função psicanalítica".

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkk ei, prima. que maravilha de texto. ri pacas com a saga da sua dor de cabeça e de sua médica, a dra. chiquitita. adorei o blog, vou comentar. bjos e sucesso

Elaine Pimentel disse...

Chiquitita é mesmo uma figura, primo! Adorei a visita e obrigada pelo espaço no seu blog! Isso é que é ser primo coruja!