segunda-feira, 29 de junho de 2009

Uma luz no fim do túnel

Dados da Secretaria de Defesa Social nos alertam que ocorreram 657 homicídios nos quatro primeiros meses de 2009, em Alagoas. Jovens das periferias envolvidos com o tráfico de drogas são os principais protagonistas dessa tragédia. A triste realidade da violência urbana nos coloca diante do seguinte questionamento: o que fazer?
As discussões sobre o tema da violência e da criminalidade são sempre permeadas por opiniões das mais diversas naturezas. Há os que clamam por ações policiais mais enérgicas, com uso de armamento pesado e monitoramento de áreas que, segundo as estatísticas, teriam altos índices de criminalidade.Para os ávidos em importar programas criados por outros países, o sistema norte-americano de tolerância zero seria o modelo ideal para o Brasil. Por outro lado, há os que estão convictos de que medidas recrudescentes, além de semearem o comportamento intolerante na população, aparecem como meros paliativos, incapazes de ter impacto sobre a violência e a criminalidade. Sendo assim, propõem uma abordagem diferente do problema. Importar modelos como o tolerância zero não parece ser a melhor saída, até mesmo porque, na prática, nossa segurança pública já é intolerante.
O fato da a ideologia fundadora do aparato de segurança pública, no Brasil, não ter sido batizada de “tolerância zero” não significa que isso não esteja presente no nosso cotidiano. Afinal, a brutalização da ação policial, o recrudescimento da legislação e a intolerância da sociedade civil já dão claros sinais dessa realidade. No entanto, parece haver uma luz no fim do túnel. Há uma significativa mudança no discurso oficial e até mesmo da sociedade civil, amparada, talvez, na certeza de que essas ações intolerantes já deram prova de que não produzem efeitos satisfatórios. Em outras palavras, barbárie gera barbárie. Por isso, políticas inclusivas, voltadas para o resgate da cidadania e do respeito ao outro passam a ocupar um espaço cada vez maior no enfrentamento da questão.
É importante, porém, que essas políticas não permaneçam na esfera dos debates vazios. Para além de meras políticas de governo, ações dessa natureza precisam transfigurar-se em verdadeiras políticas de Estado, que encontram na continuidade a tônica para resultados a longo prazo.

4 comentários:

Humberto disse...

Adoro quando abro a gazeta e vejo um artigo seu, pois são ótimos e nunca sei quando vão sair.
Continue assim.
Parabéns.
Bjs

Elaine Pimentel disse...

Obrigada, Beto. Você é um dos meus leitores mais especiais.

Beijo da irmã.

Emmanuel Feliphy disse...

"na prática, nossa segurança pública já é intolerante.". Está mais do que provado que não é com a intolerância que vamos vencer essa guerra! É sim com a conscientização do papel de cada indivíduo na melhoria da sociedade! Humanizando as relações entre policiais e moradores! Levando cidadania a essas comunidades mais violentas! Retirá-las do alcance do poder dos criminosos !! Ótimo texto professora ! :)

Eulina Costa disse...

Elaine querida,como é bom saber que sempre existe esperanças para os problemas,situações difíceis,pois tudo é possível aos olhos de Deus,pois é Ele quem indica sempre uma luz no fim do túnel.Muito bom seu artigo.Muitos beijos da mamãe que te ama e admira.